Amazonas – Enquanto os bois Garantido e Caprichoso se preparam para o segundo dia de apresentações no Festival Folclórico de Parintins neste sábado (28), o clima de celebração contrasta com a profunda dor vivida por uma família e por toda a corporação do 11º Batalhão da Polícia Militar. Em um cemitério da cidade, colegas, amigos e familiares deram o último adeus ao cabo Silvio Cavalcante, de 38 anos, brutalmente assassinado com um tiro na cabeça.
O policial foi morto na madrugada de sexta-feira (27), dentro da casa da própria mãe. A principal suspeita do crime é a companheira dele, Auryene Paiva, que foi presa em flagrante logo após o disparo. Durante o enterro, sob forte comoção, colegas de farda prestaram uma homenagem com tiros de salva, em um momento que emocionou todos os presentes. Enquanto o caixão descia à sepultura, o silêncio foi rompido por salvas de honra e aplausos. Em nota, o 11º BPM declarou: “Combati o bom combate”, citando o versículo bíblico em homenagem ao cabo.
A tragédia
O crime aconteceu em um dos períodos mais movimentados do município, em plena semana do festival folclórico. Inicialmente, houve rumores de que Silvio teria sido baleado por outro homem após uma discussão. No entanto, a investigação conduzida pela própria Polícia Militar descartou essa versão. A companheira do PM foi identificada como autora do disparo, ocorrido após uma acalorada discussão entre o casal.
De acordo com relatos de testemunhas e fontes próximas à família, o relacionamento entre os dois era marcado por conflitos e crises frequentes. Há relatos de que Auryene já teria expressado a intenção de terminar o relacionamento, o que pode ter motivado o desentendimento. Duas linhas de investigação estão em curso: uma que aponta para crime passional motivado por ciúmes, e outra que considera a hipótese de legítima defesa, ainda não confirmada.
Testemunhas afirmam ter ouvido gritos antes do disparo fatal. Silvio foi socorrido e encaminhado ao Hospital Jofre Cohen, mas não resistiu aos ferimentos. A companheira foi detida no local e permanece custodiada na delegacia da cidade, à disposição da Justiça.
A Polícia Civil do Amazonas já abriu inquérito e deve ouvir familiares, amigos e vizinhos nas próximas horas para esclarecer os detalhes do crime. A tragédia revela mais um capítulo doloroso de violência doméstica, que, mesmo diante de um ambiente festivo, escancara realidades dramáticas vividas por muitas famílias.
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